Meu Canto do Pátio

Prisão lotada. Detentos no pátio. E eu no meu canto.

redação manga II

Published by Juliana Cintra under on 19:34:00
Produzido no ano de 2002, o documentário “Tiros em Columbine”, de Michael Moore, instiga os olhares críticos ao tratar de assunto pouco dissertado pelo povo americano: o papel da mídia e do Governo na construção de uma sociedade moldada pela “cultura do medo”. Não deixa de ser curioso, porém, o paradoxo explícito quando há ênfase no país em questão, a potência mundial dita mais democrática e livre do mundo. De acordo com Moore, quase livre se tornou também o porte de armas nos solos norte-americanos. Democraticamente não fiscalizados. Atribui-se à utilização desordenada de armas, o desencadeamento de terríveis fatos, como o caso dos jovens estudantes americanos que entraram em sua escola, na pequena cidade de Columbine – que dá nome ao filme – , e assassinaram estudantes e um professor. A atmosfera atípica do longa se inicia nesse ponto, quando o jornalista tenta desvendar as razões por detrás do comportamento dos adolescentes. O que tenta nos provar Moore, com seu documentário, é que o grande vilão dessa trama, responsável pela inserção da tese “violência para curar a violência” na mente dos cidadãos americanos, é a Mídia.
Em “Tiros em Columbine”, Moore, um dos maiores representantes da mídia independente americana, vai atrás das informações sem receio, clareando para seu público a verdadeira versão do fato passado pela mídia manipuladora americana. O autor, entretanto, manipula à sua maneira. Através de sua estratégia argumentativa, quase se ausencia ao decorrer da história, deixando que a conclusão seja tirada pelo próprio telespectador. Mas, para isso utiliza de encenação e grandes doses de sarcasmo e ironia, influenciando consideravelmente na mensagem passada a seus leitores. Para fundamentar ainda mais a veracidade de sua tese, Moore mostra o que funciona melhor por pequenas mudanças, dando como exemplo o Canadá, onde há maior porte de armas que nos Estados Unidos e mínimos assassinatos. Em território canadense, é visível uma menor ênfase à violência por parte da mídia, ganhando espaço a cultura e a ascensão de diversos setores educacionais do país. Reforça-se, com isso, a ideia de que os programas televisivos deturpados fazem uma “lavagem cerebral” na população americana, levando-os a acreditar que há a necessidade de proteção a todo momento; de alguma maneira, até incitando os jovens a tomarem atitudes que se tornaram habituais, afinal, somente isso lhes é passado.
Fora as pieguices, foram boas as intenções do diretor. Moore faz uma consistente crítica à política do país, à facilitação do porte de armas pela população, à mídia com sua forte influência e, principalmente, à isenta atitude dos cidadãos, alienados, submissos e facilmente comprados. Para aqueles que buscam uma visão diferenciada, e possuem criticidade para tratar de maneira mais pretensiosa assuntos elementares como a violência, o documentário os apresenta uma interessante análise. O filme enriquece àqueles que terão a oportunidade de refletir sua posição nos moldes da sociedade contemporânea, e pensar numa modificação de comportamentos alheios ao coletivo, buscando real integração para desenvolvimento do país na questão social, imprescindível para um funcionamento eficaz da uma nação.

(decidi que esse blog só vai ter textos chatinhos que eu faço pro chatinho do Manga. ele é preto, não é legal, que nem o outro. então vai ficar com os chatos que eu nem gosto muito. tchau. visitem o outro =) mesmo não sendo bem-vindos.)

1 palpites:

Aprendiz do amor disse... @ 23 de julho de 2009 às 00:39

falou muito bem. e eu acho esse documentário é muito bom.

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