Meu Canto do Pátio

Prisão lotada. Detentos no pátio. E eu no meu canto.

Ele é bem humano

Published by Juliana Cintra under on 07:00:00
Uma saudade que quase se aposentou e tornou-se tão passiva. Eu, dessa vez mais seca de que de costume, volto à minha palhacice por permissão de meu excesso de lucidez. Veja só. Por pensar demais e ter controle sobre a minha vida pacata do momento, me permito brincar ao sentir que isso leva minhas relações para um nível que me agrada. Mas quando começo, isso me foge um pouco o controle. Me chateio. Na realidade, é antigo o meu direito de dizer às pessoas que estas não podem reclamar de mim, já que possuía invejável humor, exagerava nas brincadeiras e nos carinhos. Mudei. Mas levei a idéia de que esse ser seria eterno. Pobre de mim.
Agora, por reclamações de meus queridos, sinto que preciso voltar a essa antiga Juliana. Que de tão animada, amiga e carinhosa, cativava de forma quase que insuportável os ao seu redor. Agora eu que não posso mais dar tanto carinho aos outros porque já não tenho o que doar, nem para mim mesma. De uma forma ou de outra, venho gastando isso tudo com não sei o quê. Talvez seja com a escrita. Como já dizia Clarice, com quem, a cada leitura, me identifico mais (e ao mesmo tempo que isso me enche de orgulho, também me dá um medo indescritível), sou amaldiçoada pela tal escrita.
Como será que eu deveria ser: Sempre indesvendável: Gosto de coisas que não condizem. Pode ser que Manga esteja certo. Pode ser essa tal falta de ideologia que a sociedade plantou em seus jovens do século XXI. Apesar de eu realmente torcer para que não seja isso. Eu tenho uma ideologia. Ou penso que tenho. Será que há problema tão grande em gostar de Cazuza, porém me satisfazer sem limites ao cantar um Belo enquanto tomo banho: Pra mim isso não é falta de ideologia, é facilidade de satisfação. É, talvez eu esteja errada.
Estou aqui em minha casa de campo em Pedra Azul em pleno domingo de carnaval. Acho que eu queria estar, nesse momento, na Marques de Sapucaí, no Rio de Janeiro. Mas não tenho muita certeza. Gosto de dançar. Acho que assim, eu consigo tirar alguma coisa de dentro de mim, como faço quando estou escrevendo. E me custa menos. Porque me cura a insônia e, ao relembrar – no caso da leitura, reler – não me assusto comigo mesma.
Dormir tem sido uma coisa tão difícil.Talvez seja melhor eu voltar às minhas aulas de ballet. Se é que eu sou mesmo boa nisso. Queria ser. E queria saber falar inglês bem o suficiente pra me destacar naquele tal curso que eu fui inventar de fazer em julho, no meio das minhas férias de “inverno”. (Talvez seja bom. Talvez me impeça de pensar demais.) E queria ter passado na minha prova de High School, 11A. E queria tirar um 9 na redação de Manga. E queria ser boa na escola que nem minha irmã. E queria passar na USP ano que vem.
Às vezes invejo Clarice. Será que passar dessa fase é ruim mesmo como dizem os adultos: Eu às vezes acredito que não pode ser pior. Não é possível que seja normal toda essa angústia e pressão que sinto nesse momento da minha vida. Eu sei que muitos querem o que eu citei ali, mas o meu é diferente. Eu juro.
Talvez seja melhor eu voltar às minhas aulas de ballet. Ou acabar logo esse feriado pra que eu possa voltar às minhas aulas de português e ouvir o Manga falar, me proibindo de refletir sobre o assunto. É verdade, e ponto. Vou pelo mais fácil. Uma vez na vida.
Aliás... Ele é bem humano.

1 palpites:

Anônimo disse... @ 12 de janeiro de 2011 às 11:34

Olá Juliana td bem? Nossa adorei a forma como você expões suas ideias e tudo mais!tentei encontrar alguma forma de entrar em contato com você E-mail,mais mais ñ consegue encontrar! Gostaria mto de poder convesar com vc e quem sabe poder manter contato com alguem de tal intelecto...! me manda um E-mail?! pricila_leite@hotmail.com
beijo ate breve.

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